sexta-feira, 29 de julho de 2011

Tunísia agora integra Tribunal Internacional Penal

A Tunísia se tornou hoje (24) o primeiro país do norte da África a aderir ao Tribunal Penal Internacional (TPI). A adesão ocorre apenas alguns meses depois da deposição do ditador Zine Ben Ali em meio a um levante popular no país.

O embaixador tunisiano na Organização das Nações Unidas (ONU), Ghazi Jomaa, disse que a adesão ao TPI é a primeira de uma série de ações por meio das quais Túnis pretende assinar convenções sobre tortura, além de direitos civis e políticos, para demonstrar seu comprometimento com reformas democráticas e respeito aos direitos humanos.

O embaixador de Liechtenstein na ONU e presidente da assembleia do TPI, Christian Wenaweser, recebeu com satisfação a Tunísia como 116.º signatário da corte que investiga e julga casos de genocídio e crimes de guerra e de lesa-humanidade.

A Tunísia é apenas o quatro integrante da Liga Árabe a aderir ao TPI. Os outros integrantes da Liga no TPI são Jordânia, Djibuti e Comores. Do norte da África, é o primeiro. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

TUNISIA mostra anúncio polêmico para retomar turistas

O turismo é crucial para a economia da Tunísia. País com população de pouco mais de 10 milhões de pessoas, a indústria turística é responsável por cerca de 400 mil empregos e a geração de US$ 2,5 bilhões por ano na economia.  Com os recentes acontecimentos políticos que deflagaram o país como zona de conflito,  mais de 200 mortes e a queda do regime liderado por Zine al-Abidine Bem Ali, o turismo foi um dos setores mais afetados.
Agora é a hora da retomada. E uma campanha publicitária já foi lançada em alguns dos principais emissores, como a Inglaterra. Ônibus circulam por Londres com a imagem de uma mulher recebendo uma massagem com os dizeres: “Dizem que na Tunísia algumas pessoas são tratadas com mão pesada”. Outros outdoors mostram antigas ruínas romanas com a frase: “Dizem que a Tunísia está em ruínas”.
Polêmica criada, o teor da campanha recebeu explicações por parte da agência publicitária Memac Ogilvy, com a diretora Syrine Cherif explicando que “A ideia era ser provocativo para lidar com possíveis medos em relação à questão da Primavera Árabe”.  O objetivo é instigar a atenção de quem esteja interessado em conhecer as praias e parques arqueológicos da Tunísia.
Cherif negou que a campanha seja insensível em relação às pessoas que foram presas, torturadas ou mortas durante os 23 anos do regime de Ben Ali.“Este tratamento injusto era do tempo da ditadura. Agora, ela se foi. Acabou. Hoje, há uma nova Tunísia”, afirmou.
A Tunísia foi o primeiro país a viver as revoltas populares que varreram o norte da África e o Oriente Médio, desde dezembro do ano passado. Ben Ali fugiu para a Arábia Saudita em janeiro após perder o apoio do Exército em seu país. O seu julgamento à revelia, começa na segunda-feira.