quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Douz desert magic: more than 100,000 visitors expected for the festival

Douz desert magic: more than 100,000 visitors expected for the festival

TUNISIAONLINENEWS- More than 100,000 visitors, including many from the United States, Canada, Japan, France, Italy, Germany, Belgium, Austria as well as from the Gulf States, are expected to attend one the region’s most celebrated Saharan Festival, in Southern Tunisia.
From December 27 to 30, 2009 Douz is hosting the 42 nd edition of its traditional Saharan festival.
Known as the “Gateway to the desert”, this small desert town will live its moment of glory, as it celebrates local horsing and hunting customs  in a colourful display of  scenic re-enactments of the town’s rich folklore.
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Located on the Great Oriental Erg, Douz is still best visited during the yearly festival which usually takes place during the month of December.
The Douz festival which has done a lot to promote the town’s desert culture and traditions, has also contributed to keeping alive the town’s rich traditions and mores.
Camel and greyhound races, folk dancing, and hunting competitions, are some of the ingredients for that desert magic which each year continues to operate, attracting an increasing flow of visitors who flock to the city, without forgetting to visit its amazing surrounding areas, like Onk El Djemel, near Tataouine, immortalized by George Lucas as planet Taouine in “Star Wars” and in the “Phantom Menace”.
Each year , the festival hosts an international conference organized by the by the Ben Ali Chair for the dialogue of religions and civilizations.
This year’s event   which was opened on Sunday by the Minister of Culture and Heritage Preservation, Mr Abderraouf El Basti, will be held under the theme: “The Tent and the Palm Tree” and will explore Douz’s rich historical dimension, including its former role as a trading caravan base.
A handicraft fair, and poetry recital, are also part of the festival’s  program.
More than 100 exhibitors from all over the region, will display their works and a painting exhibit will also be held on the theme “The Sahara, source of inspiration and creation”.
However, the festival highlights are undoubtedly the dazzling hunting scenes where greyhounds (sloughis), are called in to hunt down desert hares, as well as the amazing fantasia scenes during which horsemen in white turbans imitate fighting scenes of yore amidst a swirl of traditional Bedouin music.
A truly estranging experience, even for the most ‘blasé’ of visitors who will find something to remember and to take back home for the coming new year.

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tunisia online

Douz Saharan festival: Exoticism and adventure on the menu

TUNISIAONLINENEWS- From December 27 to 30, 2009 the city of Douz, also known as the gateway to Tunisia’s Sahara desert, will host its traditional Saharan festival. Created in 1910, the event is now running in its 42nd edition.
The Douz festival which has done a lot to promote the town’s desert culture and traditions, attracts each year more than a 100,000 international and local visitors, always eager to attend the festival’s various events.
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The cultural dimension of the festival will also be highlighted thanks to the international conference organized by the Ben Ali Chair for the Dialogue of Civilizations and Religions.
The festival also offers visitors the opportunity to visit the region’s marvels such as the Tamerza desert oasis and its amazing waterfalls and salt lakes as well as date palms of the Chott El Djerid. A detour to see the Star Wars shooting site in “Onk El Jemel”, in the Governorate of Tatatouine, will provide visitors with an unforgettable experience in one of Tunisia’s most legendary spots.
The festival also offers a wide variety of activities such as the customary trading and barter of camels and Arabian horses, as well as shopping.
Traditional handicraft items which are among the town’s specialties will be on display, during the festival.

COMO SÃO OS TUNISINOS...E QUASE ASSIM

Como são os Tunisinos ... É quase assim

You are Tunisian when:

1.You have 5 o'clock morning cravings for lablabi (or bambalouni?)

2.You have watched at least once in your life a full episode of Guadaluppe or Manuela

3.If you're from "banlieue", everything else is province, and you despise them

4.If you're not from banlieue, you despise banlieue but secretly wish you lived there

5.Not supporting the same football team is the underlying reason you can't stand your brother in law

6.You begin your sentences by the "z***" word

7.You end your sentences by the "z***" word

8.You regularly have phone calls from some aunt trying to fix you up with some very good "wild or bent 3ayla"

9.You made your first "melyoun" when you passed your "bac"

10.You are familiar with street poetry: "chbih elfraise mal a l'aise, chbih ellouze membouze…"

11.You would kill for a mloukhia abroad

12.You hate "tounes"

13.You love "tounes"

14.You automatically start whispering when you speak about anything remotely related to politics

15.You could -seriously- start a fight to be the one to pay for the bill

16.You have an 80% debt rate but still manage to buy the last Mercedes

17.If you're a girl; Gucci, Dolce and Salvatore are the reasons you go to work in the morning

18.If you're a girl you turn blond at one point or another

19.If you're a girl you can't have your nails done without "couloirs"

20.Someone threatened you with a chleka at one point or another

21.You put tuna on pizza and pasta

22.You waited 10 years before seeing your first banana

23.You think you don't need a visa to go to Marseilles

24.You think Bouga Sider is the greatest invention after A/C

25.You know the old guy with a cat in Sidi Bou

26.You can pull off a white suit and a mashmoum

27.Purple is your color ;)

28.You only know one avenue: 7 November

29.Cats understand it when you say "kssss"

30.You manifest Happiness by the 2 words "mouch norrmal"

31.Your mother always says she's a "beldia"

32.You know what's an LNA

33.You know at least 10 jokes on Libyans and Hairdressers

34.You 're a "house music terrorist" i.e. u ONLY listen to house music

35.You're alcoholic

36.If you live abroad, you have a bottle of water in the bathroom...

37.You Never EVER change the places you go out to i.e.: calypso in the summer, grand bleu in the winter ok… spoon

38.Shouting is just the way you speak

39.You eat harissa with about everything

40.While being open-minded, tolerant etc. you are fundamentally convinced nothing, NOTHING equals being a Tounsi, Tounsia

41.You can't wait to leave 'tounes'

42.You can't wait to come back to 'tounes"

Notas da Tunísia Notas e comentários, apontados por dois curiosos, leigos e amantes de aventura e diferenças. Entre 22 e 29 de Junho de 2009

por Abdul Rahamane Ibrahimo Raichande

segunda-feira, 6 de Julho de 2009

sexta-feira, 26 de Junho

Como previsto, o toque de alvorada foi logo pelas 4:00 da madrugada. Embora aqui, o dia já desse sinais de de querer mostrar-se, com novos desafios. Foi o tempo de se saborear um fausto pequeno almoço, com quase tudo a que tinhamos direito, e servidos por excelentes profissionais de hotelaria. Meia hora depois, já estavamos todos preparados, à porta do hotel, quando súbitamente surge uma caravana de jipes todo-o-terreno, conduzidos por bérberes, com trajes típicos. Não conseguiamos vislumbrar os seus rostos, dentro daqueles lenços multicoloridos que cobriam a cabeça, deixando apenas os olhos à vista. Gesticulando e falando num dialecto incompreensível para todos nós, pareciam pretender indicar-nos o sentido dos veículos. Muitos de nós, apercebendo-nos das suas pretensões, e sem a presença do nosso guia oficial, escusamo-nos a entrar nos jipes. O pensamento era, "e se fôr um rapto?". Num país como aquele, com as histórias que nos chegam muitas vezes aos noticiários...não era impossível de todo. Às tantas, o líder do grupo, tentou passar o telemóvel a um dos excursionistas mas este, esquivando-se, não queria falar. Talvez não entendesse nenhuma das línguas, nem sequer o espanhol. Assim, eu roubei o telemóvel das mãos do mouro e pus-me à conversa com o interlocutor. Era o guia, reconheci-o imediatamente. Para melhor me identificar, disse-lhe que quem estava do outro lado da linha era o Ali Babá . Ele imediatamente reconheceu-me. Falamos um pouco e esclareceu-me que os indivíduos eram os motoristas que nos iriam levar pelo passeio e visita aos dois oásis logo no princípio da manhão. Pediu-me para esclarecer os outros companheiros e seguimos viagem, em direcção aos oásis. Pelo caminho, deu para perceber a paisagem. É impressionante. O oásis supreendeu-nos, pela positiva. Sempre pensamos, pelas imagens que nos chegam dos filmes e documentários que aquilo seria um ponto pequeno, insignificante, no meio daquele mar de areia. Mas não, estes dois que visitamos, foram esclarecedores. O primeiro, era mais turístico. Foi em tempos um oásis com vida própria, mas actualmente as pessoas que lá vivem, sobrevivem exclusivamente do movimento de turistas e das suas receitas. É um oásis que mantém os vestígios de vida. Muitas ruínas de casas e caminhos podem ser encontradas, para além de um sistema de canalizações (canais) por onde a água corre. Há uma nascente natural, no meio das pedras que jorra uns tantos litros de água (não me lembro quantos)por minuto. Esta água, por vezes cai em cascata, mostrando criações naturais magníficas. Nas paredes montanhosas encontram-se vários testemunhos de vida marinha. É assustador pensar que um dia, todo este lugar que o nosso olhar pode alcançar, foi pleno de vida. Sem querer, acaba-se por pensar no futuro. Há, como em todo o país que visitamos, inúmeros vendedores. Aqui, para além de toda a panóplia de artigos encontram-se também disponíveis uma vasta variedade de pedras semi-preciosas. O guia que nos mostrou este local era bastante simpático, muito informado e óptimo comunicador. Para além de tudo, penso que as senhoras ficaram todas maravilhadas pelo charme do bérbere, e pelo carinhoso nome por que eram tratadas, simplesmente gazelas. Não nos retivemos muito tempo neste oásis, pois ainda tinhamos um longo dia pela frente, e já entendiamos porque nos tinhamos levantado tão cedo. Ainda não eram 7 horas e sentia-se no ar um dia quente, a aproximar-se nos minutos. Partimos, contornando os caminhos de volta, até apanharmos a estrada que nos levou até ao segundo oásis que visitamos. Deixamos as viaturas todo o terreno numa pequena localidade e prosseguimos o percurso,de uns 3 Km, transportados em charretes movidas a cavalos. Foi engraçado e divertido, o caminho até ao oásis. Este era um local autêntico. Os habitantes ainda hoje fazem a sua vida quotodiana aqui. A um primeiro nível, mais superior e elevado, encontramos plantações de palmeiras, que por sua vez geram a sombra necessária para a sobrevivência de várias espécies de árvores de fruto, a um segundo nível. No terceiro nível, e junto ao solo, podemos encontrar culturas várias, essenciais para alimentar durante todo o ano, várias famílias. A produção hortícula e frutícola destes oásis é essencialmente para consumo próprio das familias que os exploram, no entanto por vezes os excedentes (principalmente tâmaras, de menor qualidade), são comercializadas. Há água abundante, e chove nestes locais. O guia informou-nos que à pouco tempo, choveu tão intensamente que as grandes quantidades de água provocaram derrocadas em algumas estruturas e algumas famílias tiveram que ser realojadas por organizações não governamentais. O resto do tempo, que não foi muito, deu para conhecer um pouco mais o local, conversar um pouco com os nativos e compar alguma coisa, mais no sentido de os ajudar um pouco do que própriamente adquirir algo com valor acrescentado. Prosseguimos a viagem, que iria, a partir daqui, rumo a Norte, até Hammamet. Fomos subindo, admirando os contrastes na paisagem, deixando para trás a aridez do sahariana e pouco a pouco vislumbrando novamente os verdes campos de olival e variadas culturas. Aqui e ali, rebanhos de ovelhas e algum gado bovino. Alguns rios, muitos deles apenas sazonais. Paramos para almoçar em Gafsa. Não houve tempo para contemplar a cidade, apenas para almoçar e admirar o hotel, em estilo típicamente árabe. Fez lembrar aqueles ricos palácios de um sultão das mil e uma noites. Paredes ricas, com quadros que pareciam sussurar algo. O chão magníficamente coberto por enormes tapetes, com longas horas de trabalho manual, executado integralmente por mulheres, que ainda hoje ainda se dedicam a este velho ofício. Os tectos deste secular edificio, são de uma beleza impressionante, o mobiliário a condizer com o toque sultanesco do local.Mas o tempo foi parco para desfrutarmos plenamente deste belo palácio, aliás, durante todo este tempo de excursão, foi clara a diferença que nós, como portugueses dedicamos ao tempo das refeições: para nós, almoçar, jantar, ou mesmo petiscar, é um momento singular, uma oração, embora quotodiana, nunca se repete. Enquanto almoçamos, conversamos, degustamos, bebemos, e matamos o tempo nisto. Aqui na Tunísia, como em muitos outros sítios, tempo de refeições é como, ter o automóvel a necessitar de mais combustível, para-se no posto de abastecimento e toca a emburcar, até o depósito estar atestado, quando se tem orçamento para tal. Depois paga-se e toca a seguir viagem. Foi o caso, pensamos que demoramos nesta paragem para o almoço à volta da meia-hora. Prosseguimos a viagem, desta vez, iriamos realizar a última paragem, neste tour, para visitar o terceiro lugar mais sagrado dos muçulmanos: Kairouan, localidade onde, históricamente, foi o ponto de partida para a dispersão do islamismo, em África e Europa. Infelizmente, não nos foi possível visitar o interior da mesquita, pois a hora da nossa chegada, coincidiu com a oração semanal mais importante dos muçulmanos, o Jumma. Mas houve tentativas de alguns companheiros de viagem penetrarem nas grades portas do santuário, onde se amontoavam vários pares e tipos de calçado, sendo logo goradas por fiéis guardiões da mesquita. Facto compreensível, a prática religiosa e a fé, não se deverão compadecer perante motivações turísticas e simplesmente curiosas. Há que separar as águas.
Desta forma, limitamo-nos às vistas exteriores e ao ambiente perfumado, aromas exóticos, que os homens e mulheres deixavam no ar, cruzando as vielas em redor da grande mesquita, em resposta ao chamamento para a oração. Até aqui, enquanto uns entregavam o seu espírito aos desígnios de Deus, outros aproveitavam para negociar. As ruas, que cercam esta mesquita, estão atoladas de mercadores que vendem um pouco de tudo. Estratégicamente, existem grandes casas especializadas em tapetes e produtos de artesanato, que pensamos terem alguns acordos com as operadoras turísticas ou então, apenas com os motoristas ou guias. Pois, por várias vezes incentivaram-nos a visitar estes estabelecimentos.
Terminada a rápida visitita à mesquita de Keirouan, fizemo-nos novamente à estrada, desta vez sem interrupções para o nosso destino final, Hammamet. Chegamos ao hotel ainda a tempo de dar um mergulho na sua piscina e apreciar um bom jantar. Estávamos um pouco esgotados, mas com forças para fazer qualquer coisa à noite, agora que já tinhamos, entretanto, travado conhecimento com alguns passageiros da excursão. Depois do jantar, ainda fomos dar uma volta em redor do hotel e acabamos na esplanada a ouvir um pouco de música e a beber um chá de menta. Na manhã seguinte, temos a excursão às praias com areia branca e águas cristalinas, vamos ver se ao passeio tem mesmo lugar, uma vez que pagamos e (como já referi antes), não temos qualquer comprovativo desse pagamento, foi um contrato de palavra. Vamos a ver se não foi apenas palavra de óleo!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

noticias do festival de douz /tunisia..


as fotos dizem muito e relatos de meu querido amigo tarek dizem que esse com certeza foi um dos melhores... festivais so sahara....coberto pela imprensa tunisiana..e vestidos a carater...que muito bom

Notas da Tunísia Notas e comentários, apontados por dois curiosos, leigos e amantes de aventura e diferenças. Entre 22 e 29 de Junho de 2009

por meu amigo Abdul Rahamane Ibrahimo Raichande quinta-feira, 9 de Julho de 2009

Sábado, 27 de Junho

À hora combinada, lá estava a carrinha à nossa espera. Como companheiros de viagem, nesse dia, tivemos dois casais do Porto. Seguimos viagem rumo a Kourbous, pelo caminho ainda passamos por Nabeul, mas só tivemos tempo de dar uma vista geral pela localidade, não fizemos qualquer tipo de paragem. Em Nabeul realiza-se um mercado importante todos os dias, segundo informações que obtivemos. Tínhamos programado visitar este sítio, mas acabamos por não ter disponibilidade. 50 Km depois, chegamos a uma praia interessante. Para além de um mar bonito e calmo, como em Malta as praias eram muito rochosas, com pouca areia. Para lá entrar, sem calçado apropriado era tarefa difícil, havia muito cascalho, que cortava a planta dos pés.

A atracção principal desta pequena praia, a nascente natural de águas termais que jorrava a 60 graus centígrados da montanha, directamente para o mar. Na zona onde a água termal se encontrava com o mar, estava muita gente em banhos, dizem que pelos efeitos terapêuticos das águas. Como é costume aqui, e na maioria dos países islâmicos, as mulheres tomam banhos de mar completamente vestidas. Costumes. Experimentamos, mas para além da grande dificuldade em entrar no mar (por causa das pedras), a grande concentração de pessoas, na maioria tunisinos, não tornava muito agradável a permanência nesse local. Na zona de encontro das águas quentes com as do mar, a temperatura é agradável, o calor vem e logo de seguida vem uma corrente de água mais fria. Sabe bem, mas pessoalmente preferia sempre a água quente. Demoramo-nos pouco neste sítio, que para além desta especificidade das águas, pouco mais tinha de interesse. Viam-se familias inteiras, fazendo piqueniques à beira-mar, com grandes farnéis e uns até acendendo fogueiras. Coisas que deixaram de se poder fazer nas nossas praias civilizadas. Havia outras familias, especialmente uma, em que os senhores mais idosos, se encontravam sentados na praia, à beira-mar, enquanto o seu filho, casado com uma mulher estrangeira, pelos vistos francesa, que se banhava calmamente no mar, trajada com um biquini arrojado. Isto para dizer que há mulheres, mesmo tunisinas, que furam a tradição do vestuário, porque não há lei alguma, escrita, que as proíbe de tal. A censura é a tradição, os costumes, os comentários dos outros, a aceitação da sociedade. Pusemo-nos em marcha, desta vez rumo à praia de Kélibia.
Esta localidade, situada a norte de hammamet e perto do Cabo Bon, tem aspecto de ser uma zona de balnear para, maioritariamente, consumo doméstico. Há muitas casas típicas de fim-de-semana e de férias, alguns aldeamentos turísticos e tudo com um aspecto muito agradável. Ruas limpas, cuidadas, jardins floridos, tudo muito aprumado. Pelo aspecto das habitações e pessoas que circulam nas ruas, deve ser ambiente para a classe média alta e alta. Chegamos à praia e ao restaurante onde iríamos almoçar: com parque privativo, uma tropa de segurança privada à porta e em redor, guardando várias viaturas de alta cilindrada que lá se encontravam. Confirmavam-se os prognósticos, o restaurante, soberbamente bem localizado, sobre o mar, com uma vista espectacular por toda a baía, tanto para a direita, como para a esquerda, praias de areia branca e águas límpidas, de um azul celeste, magníficas. O restaurante, com uma esplanada mesmo sobre uma mar e com mesas sobre as rochas, para pequenos grupos, ou mesmo apenas para um casal, criando naturalmente salas privadas, aconchegantes e românticas, onde, se quisessemos, podiamos molhar os pés em água do mar. De quando em vez, com as suaves ondas, podiam-se admirar pequenos cardumes de peixes que dançavam, como que para alegrar este quadro vivo.
Antes do almoço ainda houve tempo para dar uns mergulhos neste mar caribenho, embora a temperatura ficasse aquém das expectativas, para o cenário ser o ideal. No entanto estava-se perfeitamente bem dentro de água, uma praia em que se podia penetrar pelo mar cerca de 50 ou 60 metros e a água dáva-nos apenas pela cintura. Estivemos nisto durante uma hora e meia e depois fomos almoçar, ao resturante com a mesa já marcada, em cima de uma das rochas junto ao mar.Na rocha ao lado de nós, encontrava-se um grupo de tunisinos, com aparência de bem sucedidos na vida: pela forma de consumo, bebiam vinho, comiam frutos do mar, as três mulheres do grupo, na casa dos quarenta anos, com aparência cuidada e trajando uns simples biquinis atrevidos, até para nós, qualquer dia ainda as supreendiamos a fumar.
O almoço foi óptimo. O restaurante disponibilizava uma variedade razoável de pratos de peixe, marisco e carne, comida típica tunisina, italiana e internacional. Tinha menus fixos, compostos por entrada, prato principal e sobremesa, tudo por 32Dt (aproximadamente 18 Euros); um casal do nosso grupo optou pelo menu fixo e foi-lhes generosamente bem servido uma saladinha de polvo, seguida de uma espetada de peixe com salada e arroz, e uma sobremesa à escolha. Nós optamos por comer como entrada 3 camarões tigre cada um, seguido de um esparguete com frutos do mar e uma posta de Mero grelhada com batatas e salada. À sobremesa comemos um gelado de baunilha, maravilhoso, e uma porção de melão dulcíssimo. Bebemos águas e refrigerantes e no final, ao verificarmos a conta, após a divisão exacta por casal, chegamos a conclusão que poderiamos dividir o total por seis ou por três, que ía dar ao mesmo, pagamos por casal cerca de 80Dt (48 Euros), já com uma generosa gorjeta incluída. Comparando, é impossível resistir a esta tentação, com um almoço nas mesmas condições do serviço que nos prestaram, a qualidade dos ingredientes gastronómicos, o serviço dos empregados e a paisagem paradisíaca, tudo isto vale muito dinheiro, e em Portugal, das raras vezes que temos oportunidade de desfrutar de um ambiente similar, fica uma sensação euromaníaca de gasto desmesurado. Aqui foi justo, e com a sensação de que foi um bom negócio para todos, o que nos serviram e para nós, os contemplados.
Gastamos as horas que restavam até o regresso, com um passeio a beira-mar, contemplando-o e observando as inúmeras famílias que entretanto enchiam a praia. Na hora combinada, regressamos ào hotel, para nos prepararmos para o jantar, que hoje seria num jantar de gala, com espectáculo das mil e uma noites, no restaurante Sherazade. Quando chegamos à medina, onde se encontra o restaurante, ainda tivemos tempo para exprimentar a famosa tatuagem de hena: fomos abordados por um tunisno simpático, nada obsecado em vender a sua arte, e como íamos cheios de intensão de levar essa recordação, deixamo-nos pintar.
Correu bem, a pintura ficou como suponhamos, levou algum tempo a secar, o que nos fez chegar mesmo em cima da hora à porta do restaurante. Situação estranha, reparamos que as pessoas ao entrar, apresentavam bilhetes, que nós não fazíamos ideia, nem sabíamos que eram necessário. Conclusão, depois de dialogarmos com o porteiro, fiquei a saber que nos deveriam ter dado os ingressos para o jantar na recepção do hotel. Lá fui em passo de corrida para o hotel à procura dos bilhetes. Recuperados, voltei ao restaurante, mas dado ao adiantado da hora deram-nos dois lugares numa mesa mais afastada do palco e eu, por azar, vi o espectáculo por trás de um pilar. Foi desagradável, mas foi assim. Não merecia a pena protestar, pois reparei que havia mais casos como o meu e não se vislumbrava solução para este embróglio, uma vez que o grande salão estava cheio, com lotação esgotada. Entretanto o jantar começou, assim como o espectáculo. Não vi grande coisa do espectáculo e do menu, umas entradas com vários tipos de salgados, e depois o prato principal que não convenceu, um cabrito estufado com arros de passas e amêndoas, a sobremesa foi o melhor, um bolo de bolacha com chocolate muito frio e húmido, gostamos. No fim, deixamos a sala com alguma frustração, o espectáculo e o jantar não coincidiam com a nomenclatura que nos referiram, imperdível. Mas gostos não se discutem, como é natural. Acabamos a noite, já no hotel, à conversa com os companheiros de viagem desse dia, do Porto, à volta de um chá de menta na esplanada, a programar o último dia da nossa estada em Hammamet. Em princípio, amanhã será praia e as últimas compras.

domingo, 27 de dezembro de 2009

BOLO TUNISIANO

AS VEZES FICO ASSIM COM AQUELA VONTADE DE FAZER DE TUDO ...NA VERDADE E SAUDADE HOJE FIZ O BOLO E DEPOIS DA PRIMEIRA MORDIDA FOI DIFICIL SEGURAR AS LAGRIMAS ...DE SAUDADES...K .VOCE SABE O QUANTO E IMPORTANTE PARA MIM...

Harissa bel louz, o bolo tunisiano

Quem conhece este blog sabe de meu amor pelo tempero harissa... Quando recebi a farinha de amêndoas da Fabrícia, sua mãe me disse que ela sabia fazer um bolo fofinho e delicioso com essa farinha... Por coincidência, o bolo se chama harissa, só que o tempero nem chega perto, harissa está apenas no nome, que também é um doce na Tunísia.

Sabe aquele bolo árabe que você sempre olha na vitrine e não sabe se vale a pena ou não... pois este aqui vale cada pedacinho, e deliciosa sensação não descreve perfeitamente a maravilha que é saborear este bolo.

A receita que transcrevo aqui está um pouco diferente da original, que pode ser conferida com lindas fotos no charmoso Sopa Vermelha. Eu tive um probleminha técnico quando fiz o bolo, minha semolina estava vencida e tive que adaptar com masa harina (a farinha de milho mexicana). Acredito que o sabor não tenha sofrido danos com a substituição, o sabor da laranja e das amêndoas permaneceram sutis e agradou a todos, tanto que só sobrou um pedacinho que escondi para tirar a foto no dia seguinte...

Ingredientes para o bolo
250 g de amêndoas em pó, finamente trituradas
200 g de tâmaras (não usei)
100 g de açúcar
155 g de sêmola de trigo fina ou grossa (usei masa harina)
3 ovos
raspas de meia laranja
50 g de manteiga
250 ml de leite (usei leite de soja culinário, não adoçado)
3 gotas de essência de amêndoas amargas (usei essência de butter pecan, pode ser baunilha)
1 colher (sopa) de água de flor de laranjeira (usei caldo de laranja...)
1 colher (sopa) de fermento em pó
10 g de açúcar baunilhado (tinha um pacotinho aqui que ganhei da Fabrícia)
1 pitada de sal

1) Preaqueça o forno à 180°C. Em uma panela (inox) que possa ir ao forno, coloque a sêmola e doure durante 10 minutos no forno. Em seguida, retire a panela do forno e acrescente a manteiga. Deixe a manteiga derreter e misture bem. Adicione o leite e mexa delicadamente. Vai formar uma papinha.

2) Num recipiente fundo, misture os ovos, o açúcar, a essência de amêndoas, as raspas de laranja, a água de flor de laranjeira, o açúcar baunilhado, o fermento em pó e o sal. Adicione em seguida a papinha de sêmola e misture bem. Acrescente as amêndoas trituradas e misture.

3) Unte uma assadeira retangular (20 x 26 cm) e despeje a massa. Leve ao forno (180°C) por aproximadamente 30 a 40 minutos.

Enquanto o bolo assa faça a calda, é o tempo certinho...

Calda
200 g de açúcar
10 g de açúcar baunilhado
2 colheres (sopa) de suco de laranja
1 colher (sopa) de suco de limão
800 ml de água

1) Coloque todos os ingrediente em uma panela, misture bem e leve ao fogo médio até ferver.

2) Depois que ferver, diminua o fogo e deixe cozinhando por 30 minutos.

3) Retire o bolo do forno, corte em quadrados ou losangos sem retirar os pedaços da assadeira. Molhe com a calda bem quente. Deixe esfriar e repita a operação para que o bolo fique bem molhadinho.

MENU TUNISIEN

Portanto, vamos à mística Soirée Tunisiana :
MENU TUNISIEN
Pra vocês que já estão acostumados e esperando por tal, criei uma caipiroska tunisiana formada por laranja pera, Absolut Vanilia, açucar e água de rosas.  O Mingão fez no maior capricho e ,putz, ficou muito boa mesmo !
             
Começamos, seguindo  o ritual ao pé da letra e ouvindo a agitada e contagiante música tunisiana que les nos mandaram. Logo em seguida, todos os convidados (o Mingão, o Déo, eu e a Dé) tiveram as boas vindas no formato tunisiano, ou seja,  cada um colocou um pouco de água de rosas nas mãos, esfregou e passou no seu rosto além de beber um pouco de água bem gelada temperada com água de rosas. Ficamos cheirosos por fora e por dentro !
             
Continuando,  comemos amêndoas confeitadas pois elas, segundo a tradição, trazem sorte aos donos da casa. Ôba !

Ainda aproveitei pra servir tâmaras recheadas com manteiga e cobertas com açúcar ( olha o açúcar colorido de novo !) já que no Ramadã ( e estamos nele), os tunisianos quebram o jejum com um copo de leite e as próprias. Eu ainda dei uma “inventadinha” e recheei algumas com Io Io Crem . Olha, é tão simples mas tão gostoso e reconfortante que o único conselho que eu posso dar pra vocês é que as façam. Não vão se arrepender !
Entrées 
Antes de mais nada, a Fabrícia me autorizou a dizer que quem estiver interessado na versão integral das receitas, é só mandar um e-mail pra ela.
Primeiramente , fiz o Kobz F’tir, um pão bérbere à base de semolina de trigo. Quer dizer, eu não fiz nada neste pão, só comi !! A Dé fez a massa que consistiu de semolina, sal, água morna e azeite.
            
O  Déo abriu com a espessura perfeita.
             
O Mingão dobrou em 3 e fritou numa frigideira untada com azeite. Um espetáculo e além de delicioso, o pão serve de talher nas refeições tunisianas pois ao comer com as mãos, na verdade , o pão é o meio pra levar a comida do prato a boca ! E a equipe DCPV brilhou !!
            
Pra comer com o Kboz F’tir, fiz a Omek Houreya, um purê de cenouras, harissa, cominho, tabel karouia, azeite (muito azeite), sal e pimenta do reino .
 
E a salada Méchouia, que é formada por legumes ( pimentões verdes, tomates maduros, cebolas inteiras, dentes de alho) assados, triturados ( mas não muito) e temperados com cominho, harissa, azeite (muuito azeite), pimenta do reino e sal.
 
Ambas devem são servidas como cervejas, bem geladinhas. E aqui cabe uma explicação já que ela, a harissa, vai participar constantemente deste jantar. Ela, a harissa, é um purê de pimentas vermelhas secas ao sol junto com uma mistura de especiarias. E os temperos que eu usei foram preparados pela sogra da Fabrícia ( a mãe do Mohamed). Um luxo e muitos gostosos ( os temperos, é claro !). Segundo os próprios tunisianos, a harissa dá “força pra trabalhar” e “abre o apetite mesmo quando faz calor”.
Compondo o prato, azeitonas temperadas com harissa e azeite ( muito …)
 
Esta entrada foi eleita unanimemente, a melhor que comemos até hoje ! E olha que não foi somente o Mingão que falou !

Procurei dar uma harmonizada com um espumante rosé Pinot Noir Codorniu Espanha que foi ” refrescante e delicado, trilha vinífera, oasístico, arabesco” segundo os bárbaros bérberes, nós mesmos ! (Olha o Zeca Baleiro de novo aí!).
      
Como a Fabrícia escreveu, o “incontornável” Brick é uma referência na comida tunisiana.

E o Brick é um pastelzinho de massa phyllo recheado com purê de batatas e atum temperado com alcaparras, azeitonas, coentro e cebolas picados, sal, pimenta e azeite.
             
Depois é só colocar no forno (ou fritar, depende do tunisiano!) e comer. Este também fez parte da entrada genial e é pra fazer em casa ! E continuamos tomando o espumante.
                  
Couscous a la Tunisienne
Eu adoro couscous e faço constantemente. Mas, confesso que este modo de fazer o deixa muito mais gostoso e temperado além do sabor ser muito mais intenso.
           
                   Este é o caldo ( o perfume !) depois de coado !
Pra chegar neste resultado, o processo é bem mais demorado que o usual já que o caldo que hidratará o couscous será proveniente do cozimento do cordeiro  que terá uma base de alho, salsão, alho poró, cebolinha, harissa em pó ( o felfel), coentro em pó e endro. E de vários legumes ( pimentão verde, abóbora moranga, repolho verde ( usei o roxo), cebolas, cenouras, batatas) além de extrato de tomate, grão de bico e água quente.
 
Separados a carne e os legumes, a hidratação se dará na proporção 1/1 = um copo de caldo para cada copo de couscous.

E aí está a grande diferença : o sabor deste caldo temperado é transferido diretamente pro couscous. E sem mentira nenhuma, este caldo poderia ser vendido como perfume tamanha a concentração de odores e sabores.  Quem sabe o nome Soirée Tunisien não ajudaria a alavancar as vendas ? Sublime !

Tomamos um belíssimo vinho tinto Chateau Mornag 2002 Tunísia ( sim , o mesmo dos e-mails iniciais e que a Fabrícia e o Mohamed nos enviaram na cesta básica) que disse em bom  e belo francês : Je suis - ”  incensado, narguilado, tamaresco, tunisiano“.  Bon c’esta ça !
Dessert
Yoyo
Este docinho é tão gostoso que o nome justifica : você come tanto deles que parece que se está brincando com um ioiô, tamanha a quantidade de vezes que ele vai do prato pra boca.

São bolinhos feitos de ovos, óleo, suco e raspas de laranja, açúcar de baunilha, farinha de trigo, fermento em pó e frito em óleo . Depois é só mergulhá-los numa calda de açúcar, limão, água e água de flor de laranjeira.
            
Seguindo o cerimonial, tomamos um chá vert  com bastante espuma  pois esta é proporcional a distância que o bule tem da xícara quando o chá é servido.  Para os tunisianos, este chá é uma tradição milenar. Eles o tomam até mesmo quando a temperatura está acima dos 40°C . Pra dar um pouco mais de sabor, coloca-se pinole ou amendoim dentro do copo e algumas folhas de hortelã.
Olha, foi uma grande experiência cultural e já que a demonstração de alegria e felicidade, é chamada de you you, a Dé aproveitou pra emitir um som alto e agudo, já que só as mulheres produzem este som : youuuuuuuuu, youuuuuuuuuuu….
Aproveitamos pra acender o incenso (bkhour) que normalmente tira o mau-olhado e as energias negativas além  de perfumar e defumar o ambiente.
             
E pra não perder a ocasião, fumamos um narguillé  básico com fumo de maçã, como a Fabrícia e o Mohamed indicaram,  já que nem tínhamos estreado o souvenir ( e que eu achava que era um berimbau !!) da nossa viagem a Dubai !
   
Que banquete ! Que soirée ! Parabéns Fabrícia e Mohamed !
Veja o opinião dos tunisianos, desde criancinhas :
           
Ferraz se transformou em Tunis. Aromas, sons, sabores e as tâmaras… Espetáculo ! (Eduardo)
De alfa a ômega, perfeição ! Uma sinopse digna das 1001 noite tunisianas. (Mingão)
Comida en’tunisia’stica! (Déo)
Chegou a hora das flores pra Fabrícia e que por serem também pro Mohamed, são ….. comestíveis já que ele é um dos nossos, ou seja é um “draga” ou melhor, um “trator de esteira” ! Sendo assim, flores pra Fabrícia e comidinha pro Mohamed :
             
 Flores de nirá, cebolinha e capuchinha
Agradecemos especialmente pela acolhida, pela dedicação, pelo interesse e podem ter certeza, que vocês, como membros honorários do DCPV, participaram ativamente desta celebração tunisiana tantas as vezes em que foram citados nominalmente no jantar !
Ficou mais do que claro que este Inter Blogs nos possibilitou ( assim como todos os outros) aumentar em muito a nossa cultura e também ajudou a aumentar a nossa nacionalidade que agora é  angolana/lusa/pernambucana/californiana/indiana/francesa/tunisiana além de brasileira, é claro !
Au revoir !
PS – O próximo Inter Blogs será moquequístico. A extrovertida Aline ( do Moqueca com Pimenta) vai nos mostrar o caminho. E com a adesão do Prof Michel, da Amorinha, da Odete e da versão Quebecois da Fabrícia, já estamos com a programação fechada até julho de/09. Faltam 6 vagas pra participar do nosso livro ! Quem se habilita ?
A cozinha me transporta pra distantes doçuras. Como se, no embaciado dos seus vapores, se fabricasse não o alimento , mas, o próprio tempo