domingo, 27 de dezembro de 2009

MENU TUNISIEN

Portanto, vamos à mística Soirée Tunisiana :
MENU TUNISIEN
Pra vocês que já estão acostumados e esperando por tal, criei uma caipiroska tunisiana formada por laranja pera, Absolut Vanilia, açucar e água de rosas.  O Mingão fez no maior capricho e ,putz, ficou muito boa mesmo !
             
Começamos, seguindo  o ritual ao pé da letra e ouvindo a agitada e contagiante música tunisiana que les nos mandaram. Logo em seguida, todos os convidados (o Mingão, o Déo, eu e a Dé) tiveram as boas vindas no formato tunisiano, ou seja,  cada um colocou um pouco de água de rosas nas mãos, esfregou e passou no seu rosto além de beber um pouco de água bem gelada temperada com água de rosas. Ficamos cheirosos por fora e por dentro !
             
Continuando,  comemos amêndoas confeitadas pois elas, segundo a tradição, trazem sorte aos donos da casa. Ôba !

Ainda aproveitei pra servir tâmaras recheadas com manteiga e cobertas com açúcar ( olha o açúcar colorido de novo !) já que no Ramadã ( e estamos nele), os tunisianos quebram o jejum com um copo de leite e as próprias. Eu ainda dei uma “inventadinha” e recheei algumas com Io Io Crem . Olha, é tão simples mas tão gostoso e reconfortante que o único conselho que eu posso dar pra vocês é que as façam. Não vão se arrepender !
Entrées 
Antes de mais nada, a Fabrícia me autorizou a dizer que quem estiver interessado na versão integral das receitas, é só mandar um e-mail pra ela.
Primeiramente , fiz o Kobz F’tir, um pão bérbere à base de semolina de trigo. Quer dizer, eu não fiz nada neste pão, só comi !! A Dé fez a massa que consistiu de semolina, sal, água morna e azeite.
            
O  Déo abriu com a espessura perfeita.
             
O Mingão dobrou em 3 e fritou numa frigideira untada com azeite. Um espetáculo e além de delicioso, o pão serve de talher nas refeições tunisianas pois ao comer com as mãos, na verdade , o pão é o meio pra levar a comida do prato a boca ! E a equipe DCPV brilhou !!
            
Pra comer com o Kboz F’tir, fiz a Omek Houreya, um purê de cenouras, harissa, cominho, tabel karouia, azeite (muito azeite), sal e pimenta do reino .
 
E a salada Méchouia, que é formada por legumes ( pimentões verdes, tomates maduros, cebolas inteiras, dentes de alho) assados, triturados ( mas não muito) e temperados com cominho, harissa, azeite (muuito azeite), pimenta do reino e sal.
 
Ambas devem são servidas como cervejas, bem geladinhas. E aqui cabe uma explicação já que ela, a harissa, vai participar constantemente deste jantar. Ela, a harissa, é um purê de pimentas vermelhas secas ao sol junto com uma mistura de especiarias. E os temperos que eu usei foram preparados pela sogra da Fabrícia ( a mãe do Mohamed). Um luxo e muitos gostosos ( os temperos, é claro !). Segundo os próprios tunisianos, a harissa dá “força pra trabalhar” e “abre o apetite mesmo quando faz calor”.
Compondo o prato, azeitonas temperadas com harissa e azeite ( muito …)
 
Esta entrada foi eleita unanimemente, a melhor que comemos até hoje ! E olha que não foi somente o Mingão que falou !

Procurei dar uma harmonizada com um espumante rosé Pinot Noir Codorniu Espanha que foi ” refrescante e delicado, trilha vinífera, oasístico, arabesco” segundo os bárbaros bérberes, nós mesmos ! (Olha o Zeca Baleiro de novo aí!).
      
Como a Fabrícia escreveu, o “incontornável” Brick é uma referência na comida tunisiana.

E o Brick é um pastelzinho de massa phyllo recheado com purê de batatas e atum temperado com alcaparras, azeitonas, coentro e cebolas picados, sal, pimenta e azeite.
             
Depois é só colocar no forno (ou fritar, depende do tunisiano!) e comer. Este também fez parte da entrada genial e é pra fazer em casa ! E continuamos tomando o espumante.
                  
Couscous a la Tunisienne
Eu adoro couscous e faço constantemente. Mas, confesso que este modo de fazer o deixa muito mais gostoso e temperado além do sabor ser muito mais intenso.
           
                   Este é o caldo ( o perfume !) depois de coado !
Pra chegar neste resultado, o processo é bem mais demorado que o usual já que o caldo que hidratará o couscous será proveniente do cozimento do cordeiro  que terá uma base de alho, salsão, alho poró, cebolinha, harissa em pó ( o felfel), coentro em pó e endro. E de vários legumes ( pimentão verde, abóbora moranga, repolho verde ( usei o roxo), cebolas, cenouras, batatas) além de extrato de tomate, grão de bico e água quente.
 
Separados a carne e os legumes, a hidratação se dará na proporção 1/1 = um copo de caldo para cada copo de couscous.

E aí está a grande diferença : o sabor deste caldo temperado é transferido diretamente pro couscous. E sem mentira nenhuma, este caldo poderia ser vendido como perfume tamanha a concentração de odores e sabores.  Quem sabe o nome Soirée Tunisien não ajudaria a alavancar as vendas ? Sublime !

Tomamos um belíssimo vinho tinto Chateau Mornag 2002 Tunísia ( sim , o mesmo dos e-mails iniciais e que a Fabrícia e o Mohamed nos enviaram na cesta básica) que disse em bom  e belo francês : Je suis - ”  incensado, narguilado, tamaresco, tunisiano“.  Bon c’esta ça !
Dessert
Yoyo
Este docinho é tão gostoso que o nome justifica : você come tanto deles que parece que se está brincando com um ioiô, tamanha a quantidade de vezes que ele vai do prato pra boca.

São bolinhos feitos de ovos, óleo, suco e raspas de laranja, açúcar de baunilha, farinha de trigo, fermento em pó e frito em óleo . Depois é só mergulhá-los numa calda de açúcar, limão, água e água de flor de laranjeira.
            
Seguindo o cerimonial, tomamos um chá vert  com bastante espuma  pois esta é proporcional a distância que o bule tem da xícara quando o chá é servido.  Para os tunisianos, este chá é uma tradição milenar. Eles o tomam até mesmo quando a temperatura está acima dos 40°C . Pra dar um pouco mais de sabor, coloca-se pinole ou amendoim dentro do copo e algumas folhas de hortelã.
Olha, foi uma grande experiência cultural e já que a demonstração de alegria e felicidade, é chamada de you you, a Dé aproveitou pra emitir um som alto e agudo, já que só as mulheres produzem este som : youuuuuuuuu, youuuuuuuuuuu….
Aproveitamos pra acender o incenso (bkhour) que normalmente tira o mau-olhado e as energias negativas além  de perfumar e defumar o ambiente.
             
E pra não perder a ocasião, fumamos um narguillé  básico com fumo de maçã, como a Fabrícia e o Mohamed indicaram,  já que nem tínhamos estreado o souvenir ( e que eu achava que era um berimbau !!) da nossa viagem a Dubai !
   
Que banquete ! Que soirée ! Parabéns Fabrícia e Mohamed !
Veja o opinião dos tunisianos, desde criancinhas :
           
Ferraz se transformou em Tunis. Aromas, sons, sabores e as tâmaras… Espetáculo ! (Eduardo)
De alfa a ômega, perfeição ! Uma sinopse digna das 1001 noite tunisianas. (Mingão)
Comida en’tunisia’stica! (Déo)
Chegou a hora das flores pra Fabrícia e que por serem também pro Mohamed, são ….. comestíveis já que ele é um dos nossos, ou seja é um “draga” ou melhor, um “trator de esteira” ! Sendo assim, flores pra Fabrícia e comidinha pro Mohamed :
             
 Flores de nirá, cebolinha e capuchinha
Agradecemos especialmente pela acolhida, pela dedicação, pelo interesse e podem ter certeza, que vocês, como membros honorários do DCPV, participaram ativamente desta celebração tunisiana tantas as vezes em que foram citados nominalmente no jantar !
Ficou mais do que claro que este Inter Blogs nos possibilitou ( assim como todos os outros) aumentar em muito a nossa cultura e também ajudou a aumentar a nossa nacionalidade que agora é  angolana/lusa/pernambucana/californiana/indiana/francesa/tunisiana além de brasileira, é claro !
Au revoir !
PS – O próximo Inter Blogs será moquequístico. A extrovertida Aline ( do Moqueca com Pimenta) vai nos mostrar o caminho. E com a adesão do Prof Michel, da Amorinha, da Odete e da versão Quebecois da Fabrícia, já estamos com a programação fechada até julho de/09. Faltam 6 vagas pra participar do nosso livro ! Quem se habilita ?
A cozinha me transporta pra distantes doçuras. Como se, no embaciado dos seus vapores, se fabricasse não o alimento , mas, o próprio tempo

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