quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

AS MARAVILHAS DA GASTRONOMIA TUNISIANA

Sabores fortes
Condimentada e colorida, a gastronomia tunisiana reúne influências árabes, turcas e europeias. É conhecida no Magrebe por chat`ha, “a que faz dançar”

Todas as refeições tunisianas têm início da mesma forma: com um prato de harissa acompanhado de azeitonas. Trata-se de um molho picante feito com pimentos, alho e azeite que, dizem alguns dos locais, “dá força para trabalhar”, ou defendem outros, “abre o apetite mesmo quando faz calor”.

A seguir à harissa é normalmente servida uma salada, uma sopa ou o incontornável brik. As saladas são confeccionadas à base de pimentos e tomates grelhados picados ou desfeitos em puré e temperados com alho, sal e pimenta (méchouia), mas existem variantes, igualmente refrescantes, como a de puré de cenoura com ervas aromáticas (houriya). Entre as várias sopas, as mais comuns são as de peixe e de trigo (shorba), que poderão, sobretudo no Inverno, servir de alternativa ao brik. Este último consiste num pastel frito, envolto numa massa muito fina (malsuka), recheado com ovo, batata e salsa, a que se pode acrescentar ainda atum, carne ou camarão.



Couscous de peixe
Se o apetite o permitir, após a entrada poderá optar por uma série de segundos pratos à base de peixe (experimente as lulas fritas e o camarão grelhado nas zonas costeiras, onde são fresquíssimos) ou de carne (sobretudo cordeiro).

O peixe grelhado apenas temperado com ervas aromáticas (mero, robalo, dourada, entre outros) é servido em todos os restaurantes do litoral, podendo ser também assado inteiro. Em ambos os casos é acompanhado por vegetais estufados com ovo mexido (tastira).

Entre os pratos de carne, são bastante populares as salsichas picantes de carneiro (merguez) e a tajine malsouka, uma espécie de tarte assada no forno com recheio de carne (não se deve confundir com a tajine marroquina, mais semelhante a um guisado).

O couscous (sêmola de trigo cozinhada a vapor) é um dos símbolos gastronómicos do Magrebe – faz parte da alimentação diária dos tunisianos – e pode ser servido com legumes, peixe ou carne. Este é um dos pratos obrigatórios a quem está de visita ao país, assim como a tajine, pastel de ovo semelhante à omoleta com recheios diversos.

Dois dos elementos chave na confecção destas iguarias são as especiarias – cerca de 18, entre as quais constam o açafrão, os coentros, a salsa e o cardamomo – e o azeite, vendido orgulhamente como souvenir por todo o país.


Chá de menta com biscoitos e brik

Algumas das
especialidades do país

Chá de menta

Depreende-se, então, que as especialidades tunisianas são bastante condimentadas (não necessariamente picantes). Poderão parecer um pouco agressivas aos paladares mais sensíveis, mas, nesse caso, em sacrifício da variedade, poderá recorrer à cozinha internacional servida nos bons restaurantes e nos hotéis.

No que toca às sobremesas, destacam-se os pastéis de tâmaras e sêmola de trigo fritos (makhroud) e o couscous açucarado (masfouf), entre inúmeros biscoitos confeccionados à base de frutos secos e mel.

Os tunisianos bebem geralmente água às refeições, dado que o país é muçulmano e os vinhos dispendiosos. A Tunísia possui, no entanto, cerveja de produção nacional e uma produção vinícola razoável, pelo que encontrará em quase todos os restaurantes e hotéis uma carta de vinhos satisfatória quer ao nível dos brancos como dos tintos e dos rosés.

Para finalizar, manda a tradição que se tome um chá de menta, ideal para facilitar a digestão, ou então um cálice de boukla, a tradicional aguardente de figo ou de thibarine, um licor de tâmaras e sementes de anis.

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