segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Na casa de Luke Skywalker

MATMATA (TUNÍSIA) – É a típica armadilha de pegar turistas. Mas como é legal!!
Tenho 33 anos e cresci vendo os filmes da série “Star Wars” (Guerra nas Estrelas). Quem é da minha geração sabe a importância que as aventuras de Luke Skywalker, Han Solo e os jedis tiveram para nossa formação.
A Tunísia, para os fanáticos, é o Xangri-lá. Nas incríveis paisagens desse pequeno, mas variado, país várias sequências foram gravadas, desde o primeiro filme, na longínqua década de 70, até os três episódios mais recentes, da última década.
São dezenas de locações, que levam incontáveis fãs babões a tentarem se imaginar por alguns momentos que sejam em algumas das mais emblemáticas cenas da cinessérie. Fui um deles no mês passado.
Em Matmata, cidade 350 km ao sul da capital Túnis, e já na boca do deserto do Saara, fica a mais visitada das locações. Lembra da cena no primeiro filme, logo no comecinho, quando Luke, ainda sem saber quem é, discute com seus tios à mesa de refeições?
Foi gravada no hotel Sidi Driss, que ainda funciona, três décadas depois. 

Na parede, há uma foto tirada durante a gravação.

A grande maioria dos turistas que por lá aparecem todas as manhãs não quer saber de fazer check-in. Estão interessados apenas em entrar, circular pelos quartos e dependências de arquitetura surreal, tirar fotos e seguir viagem, não sem antes pagar uma gorjetinha ao gerente/guia local.
A escolha do hotel foi perfeita. Trata-se de um exemplo perfeito da arquitetura troglodita, comum na região. Antes que você estranhe o termo, é bom esclarecer que se refere a habitações que lembram cavernas.


Não se sabe exatamente quem as construiu em Matmata, mas desconfia-se que tenham sido feitas com uma dupla função: buscar proteção do calor infernal da região e oferecer refúgio contra invasores em tempos romanos.

As casas são escavadas na rocha branca, com portas e janelas em formato oval, oferecendo a perfeita paisagem de outro planeta que George Lucas procurava para gravar seu filme. O hotel Sidi Driss é na verdade formado por seis crateras imensas abertas na pedra e conectadas por túneis e escadinhas.


Quartos, banheiros, cozinha, refeitório tudo funciona dentro dessas construções –e até que é bem confortável. O preço também não é mau: US$ 10 por uma noite.
A 150 km dali, indo para o oeste (em direção à Argélia), outra paisagem de outro planeta foi usada nas gravações. É o deserto de sal de Chott El-Jerid. O contraste do terreno branco com o marrom-avermelhado da cadeia de montanhas do Atlas ao fundo impressiona.

Aqui, Luke contemplou duas luas já pressentindo o que o destino lhe reservava.
Dizem os entendidos que George Lucas sempre foi um diretor bastante limitado. Mas como produtor é imbatível. Em Matmata, mostrou nem sempre é preciso recorrer aos efeitos especiais para criar ambientes de outros planetas.

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